domingo, 29 de abril de 2012

Exposição Louis Vuitton & Marc Jacobs no Musée des Arts Décoratifs

Meus amores! Hoje fui em uma exposição mais do que interessante e resolvi estrear os tópicos culturais do Le Printemps com uma rápida dica para quem estiver por aqui ou vier à Paris até setembro.

A exposição Louis Vuitton & Marc Jacobs aborda a trajetória da tradicional loja de luxo de bolsas, malas e alta costura desde a sua criação pelo próprio Vuitton até atualmente, tendo Marc Jacobs como  diretor criativo desde  1998. A exposição tem um fluxo muito interessante para apresentar a história da marca e sua criação, criando um paralelo entre a vida e trabalho de seu fundador Louis Vuitton e Jacobs, com um forte discurso de que ambos conseguiram inovar e se sobressair em sua época - LV com o início da industrialização e MJ com a globalização.

No primeiro andar, a trajetória de LV é acompanhada da exposição de diversas malas e baús, objetos que deram origem às futuras criações de suas bolsas, e também de explicações, embora superficiais, sobre o seu diferencial maior : para quem não sabe, as bolsas da LV não são feitas de couro, mas em um tecido revestido por um material impermeável, patenteado pela marca. O vestuário da época também é exposto e realmente bem interessante, pois essa parte esta bem explicada.




Já no segundo andar podemos acompanhar a mente criativa de MJ: uma infinidade de trechos de vídeos, filmes, clipes são expostos logo no fim da escada e já passa a idéia criativa que bombardeia a mente do diretor criativo da marca. 



 
A trajetória do estilista também é exposta de forma criativa e impecável, o que acaba satisfazendo os olhos, apesar da falta de conteúdo explicativo. Suas coleções de alta costura também são expostas em partes, muito bem organizadas e chamativas. Colírio para os olhos de uma fashion lover, fato.









Com certeza devo dizer que valeu a visita. Conseguir entender um pouco mais sobre a trajetória de uma das marcas do mundo da moda mais amada mundialmente sempre será interessante no meu ponto de vista!

Mais informações no site oficial da exposição, aqui, com versão nas línguas francesa e inglesa.

Les Arts Décoratifs - Mode et textile
Endereço: 107, Rue de Rivoli - 75001 - Paris
Acesso: Metrô linha 1, estação Palais Royal Musée du Louvre ou Tuileries
Tel: +33 (0)1 44 55 57 50

Horários: de terça à domingo, das 11h às 18h. Último ticket vendido às 17:30h.
Às quintas, sessão noturna até 21h. Último ticket vendido às 20:30h.
Fechado às segundas.
Tarifas: 9,50 euros inteira / 8 euros reduzida / gratuito para menores de 26 anos.

sábado, 28 de abril de 2012

Cursos de culinária em Paris!

Que saudade que eu fico de postar aqui no blog! Uma semaninha e meus dedos já estão eufóricos querendo escrever mais e mais dicas pra vocês, curiosos de plantão!

Pois então minha gente, hoje quero muito compartilhar com vocês umas das experiências culinárias que tive aqui em Paris. Ano passado, quando estava vindo pra cá, minha mãe - que adora essas idéias de receitas locais e originais - me falou tanto pra fazer um curso de culinária que fiquei com a ideia na cabeça.

A França realmente faz parte do pódio Michelin, com vários dos melhores restaurantes 3 estrelas do respeitável Guia Michelin. Em questão de números, o país dos queijos só perde para o Japão em quantidade de restaurantes top-estrelados, ficando com o segundo lugar: 23 contra os 32 endereços premiados do Japão.
Não apenas por isso, mas também por sua tradição culinária de dar água na boca, o país é reconhecido como um polo da arte gastronômica e tem uma das melhores escolas de gastronomia exatamente aqui, em Paris.

Le Cordon Bleu é uma tradicional escola francesa, com um renome mundial e que tem cursos de arte culinária de todos os tipos, variando de acordo com os objetivos do aluno e tempo disponível. O único problema é que devido a essa referência no mundo gastronômico, seus cursos longos costumam envolver um grande investimento. Pensando nisso e na minha vontade infinita de fazer um curso de cozinha mesmo que básico, fui buscar mais informações e descobri que o Le Cordon Bleu oferece cursos rápidos e pas trop chers para estudantes e amantes da culinária, como eu. Ok, vale fazer a observação aqui que o pas cher nesse caso não é tão barato para quem desconhece o renome da escola de cozinha mais famosa do mundo: os cursos saem em média 100E, mas são a realização de um sonho para aqueles que conhecem o Le Cordon Bleu e sua tradição de mais de 500 anos.
Vale conferir os ateliers oferecidos e a agenda é anual, o que facilita a vida do viajante ou estudante aqui para se programar. Custos e outras informações aqui.




Para aqueles que preferem algo mais diferente e menos profissional, sem sair do nível de culinária francesa, que é top, seguem algumas outras opções que já acompanhei de pertinho também:
A LeNôtre, sobre a qual já falamos aqui no blog no post "O melhor croissant de Paris" oferece cursos de culinária francesa em geral e ainda cursos de especialidades de pâtisserie, que são realmente o seu forte. Fiz um atelier de croissants e pains au chocolat que foi uma maravilha! Chefs muito didáticos e com muita técnica. Valeu o investimento de 135E.


Fachada do Pavillon Élysée da Pâtisserie LeNôtre


Atelier Croissant et Pain au Chocolat

Enrolando a massa dos últimos croissants

Chef Patrick Jeandeau explicando como fazer brioches


O Atelier des Sens oferece uma gama imensa de cursos em Paris e tem opções inclusive de enologia, cosméticos naturais e cozinha bio. Realmente vale a pena conferir.





Já para aqueles que querem aprender uma receita mais caseira e tradicional francesa, o Papy Bio oferece cursos de macaron, aquele tradicional doce francês que comemos nos casamentos mais refinados... lembraram? O atelier fica em Paris, 20ème arrondissement.





Pois bem, boas opções para amantes da boa cozinha francesa!
Se tiver dúvidas sobre o melhor curso para você, fique a vontade para entrar em contato comigo! Realmente são muitas opções dignas de uma semana dedicada à arte gourmet, mas para turistas sem tempo, o melhor é focar em uma única opção.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Queijos e vinhos... Hummmmm!

Olá minhas pelúcias! Post novo para uma leitura de dar água na boca para o fim de semana!
Não estou conseguindo mandar posts diários sobre todos os milhares de assuntos que Paris tem para contar pra vocês, mas pouco a pouco vou contando aquela rotina diferente de uma estudante de Paris, ok?
Pois então: queijos e vinhos. Tem coisa mais francesa?

Pessoal, é absurda a variedade de tipos e sabores dos queijos aqui na França. Nem adianta tentar imaginar, é algo realmente imenso. Segundo um provérbio francês "Un fromage par jour de l'année", que significa "Um queijo por dia do ano", ou cada coisa no seu tempo, a França produzia 300 a 400 tipos de queijos tradicionalmente. Mas esse número não para, minha gente! É impressionante como cada dia que entro em uma fromagerie nova, vejo um novo tipo desse querido e amado alimento francês e fico louquinha pra comprar. Hoje temos aqui uma variedade que gira em torno de mil tipos de queijos. Não se sabe ao certo, pois a fabricação desses derivados de leite aqui é bem livre e longe de regulamentações alimentares mais restritas como nos EUA, o queijo corre solto.


Fromagerie em Montmartre

A fabricação desses derivados de leite pode ser artesanal, até do fundo de quintal, ou ainda industrializada, como faz a famosa produtora de derivados de leite, a marca "Président". Esse, entre outros motivos menos óbvios torna a França o país de maior exportação de queijos no mundo. Aqui consumimos uma média de 24 Kg de queijo por ano, por pessoa, o que nos deixa atrás somente dos consumidores gregos, que batem o recorde de consumo com 27,3 Kg. Pois é, e o Brasil não chega muito atrás não: somos o sétimo país de maior produção de queijos no mundo.

Sobre a produção? Vamos lá, que o Le Printemps também é cultura! A produção do queijo é feita a partir de um processo simples e cuja duração varia de acordo com o tipo de queijo. Coisa simples pra vocês não me baterem, embora seja super interessante o processo: coagulação, onde é adicionada uma substância acidificante ao leite, o que separará o soro da fase sólida do mesmo. É aqui que são adicionadas as leveduras, para quem já ouviu falar. Segunda parte: processamento (que varia também de acordo com o tipo de queijo), onde o resultado da coagulação, ou seja, o coalho, vai ser tratado para dar o sabor, textura e suavidade do queijo. Aqui adiciona-se também o sal e todos os elementos que farão parte do queijo final. Terceira e última etapa: amadurecimento. É aqui que os queijos ganham  sabor mais intensificado e ganham seus bolorzinhos. Fácil e indolor não é? Pois é, e aqui na França há o adicional de que pode-se fabricar queijos com leite cru, ou seja, não pasteurizado. Mas como??? A pasteurização do leite garante isenção quase total de bactérias e outros microorganismos que possam estar por ali, no leite cru. O problema é que pasteurizar o leite muda algumas de suas características e como todo bom francês é bem detalhista, mudar uma característica no seu fromage tradicional e com receita herdada não rola. Por isso aqui é permitido produzir queijos com leite cru mesmo. Arriscado, mas pra quem come sashimi, o queijo é fichinha.

Prato de queijos, comum após as refeições, com um queijo de cabra, camembert e livarot (laranja)


Bom, agora que já falamos bastante sobre todo o background do nosso todo poderoso de hoje, hora de falar das compras! Adoro essa parte. Comprar queijos aqui na França pode ser confuso. Muita opção, variedade de preço, locais de venda... Qual escolher? Simples. Foque inicialmente no sabor que você prefere: suave, médio ou forte. Para queijos suaves, os que vem com a casquinha branca como o camembert, o brie, o carré bridel, são os recomendados. Textura cremosa por dentro com capinha mais dura. Maravilhosos e vão super bem com vinhos tintos mais leves e frutados, ou ainda um Merlot.
Sabor médio, vá direto nos queijos emmental, gruyère, gouda, alguns de cabra (como o mi chèvre)... Harmonizam muito bem com vinhos menos suaves e mais tânicos como o Shiraz, tintos da região de Rhône ou ainda um Carménère.
Sabor forte, aí temos uma gama bem grande também: fromages bleues, ou queijos azuis seguindo a tradução literal, que faz referência aos queijos roquefort e gorgonzola por causa da sua cor; queijos feitos com leite de cabra - aqui ditos como de chèvre , leite de ovelha - ou de brebis, etc. Estes últimos vão muito bem com vinhos mais fortes, tais como os carbenet sauvignons de Bordeaux ou ainda um vinho branco sucré, ou branco doce, tradicional da região de Sauternes principalmente.

Queijo brie Président

Queijo Gruyère


Tente procurar opções de queijo em feiras de legumes, em fromageries e evite os mercados. Nesses lugares, os produtores são os próprios donos da fromagerie e por isso mesmo você pode enocntrar uma variedade de queijos bem maior do que a simples que citei aqui. Mercado funciona para o viajante sem tempo, claro! Mas nada como experimentar um queijo de uma barraquinha de feira bem estranho. Chega a ser surpreendente como conseguimos obter um paladar totalmente inédito com um pedacinho tão pequeno de queijo.

Se tiverem dúvidas, me perguntem! Claro que não provei nem a metade de toda a infinidade de opções que existe aqui, mas uma boa parte já, então talvez possa ajudar na escolha.
Enjoy!

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Free Tours - Como conhecer Paris com um bolso de estudante

Pois é pessoal, andei sumidinha nesses últimos dias mas já estou de volta! Recebi uma grande amiga aqui chez moi - dessas do coração mesmo! - na semana passada e óbvio que resolvi acompanhá-la pela jornada infindável de tentar conhecer Paris em 5 dias. Há pessoas que acreditam que seja possível. E é, mas digamos que a parte invisível de Paris fica fora do centro, e é exatamente essa que eu quis que ela conhecesse, além do tradicional, claro, e ai que o tempo encurtou.
Pois bem, pra não nos prolongarmos muito par le instant, quero contar de uma experiência MTO gostosa que  passamos com um Free Tour que pegamos aqui na Cidade Luz.
Para quem não sabe, existe um tour "gratuito" (já vou explicar porque o entre-aspas!) pelas principais cidades da Europa, realizados por empresas que vêm ganhando nome nessa especialidade (Sandermans é a principal quando o assunto é Europa). Os tours são guiados e partem geralmente de pontos turísticos famosos de cada cidade, duas vezes ao dia, com horários variados - verifiquem a disponibilidade de cada horário/cidade no hyperlink da Sandermans!), e são baseados em 4 fatores:

1. Os tours são feitos a pé, e têm uma duração média de 3 horas, dependendo do tamanho da cidade e ritmo do grupo.
2. Eles são gratuitos mesmo, então não há uma taxa fixa a pagar para acompanhar o tour guiado; cada pessoa fornece uma contribuição de acordo com o que puder e achar justo. Isso é o legal!
3. Há opções em diversas línguas, sendo o inglês e o espanhol os mais frequentemente encontrados.
4. As informações, dados históricos e formação dos guias são consistentes, o que faz com que o tour seja um programa que substitui realmente um tour guiado como aqueles Hop on Hop off.

Como é um tour a pé e não muito longo, geralmente não há tempo para entrar em museus, igrejas e outras atrações que ocupem a agenda turística, mas com certeza virão boas explicações e fatos históricos para que você escolha dentre todos os lugares que visitou aqueles que mais chamaram sua atenção e que merecem um retorno mais longo.

Pois bem, vamos ao que interessa!
O Free Tour de Paris sai da Place Saint Michel, pertinho da Cathédrale Notre Dame de Paris. Chegando lá pega-se uma senha, pois geralmente os grupos de free tour são grandes em feriados e finais de semana, como quando fomos, e então deve-se aguardar para ser chamado, para uma separação em grupos. O nosso foi separado entre english speakers e spanish speakers e então logo às 11h da manhã começamos a nossa caminhada. Vale lembrar que há duas opções de horário para o Free Tour, e aqui em Paris elas são às 11hs e às 13hs.

Fontaine de la Place Saint Michel

Grupo misto de jovens, adultos, intelectuais, descolados... Muita diversidade pra completar um free tour maravilhoso e compesar a falta de sol.

Seguem abaixo os pontos que visitamos (na ordem pela qual passamos):

 Le Quartier Latin
Notre Dame de Paris
Île-de-la Cité
Pont Neuf
Académie Française
Musée du Louvre
Musée du Louvre
Palais Royal
Haussman's Renovations
Opéra Garnier
Jardin des Tuileries
Musée d'Orsay
Place de la Concorde
Vista da Église de la Madeleine, da Place de la Concorde

Assemblé Nationale
Église de la Madeleine
Avenue des Champs Elysées
Arc du Triomphe
Pont Alexandre III
Tour Eiffel
Petit Palais
Grand Palais
Grand Palais
Les Invalides
Les Invalides



Final do tour, sob as cerejeiras em flor, ao lado da Pont Alexandre III
O famoso Canard rôti
Acabado o nosso tour, o nosso guia ainda nos levou até um restô (apelido parisiense para restaurante) tradicional francês, com vista para a Tour Eiffel, e que cabia no bolso dos estudantes! Foi para fechar o tour com chave de ouro. Comemos canard rôti avec des frites et salade (pato assado, acompanhando fritas e salada) e a famosa carafe d'eau, que é água torneiral mesmo (potável aqui na França!), sem custo para o cliente de qualquer restô francês.  Conta final igual a 11E, nada mais nem nada a menos do que o preço do cardápio, que já inclui os 12% de gorjeta. Fica a dica para o Café Brasserie Le Duquesne.


Claro, vocês espertinhos de plantão ainda vão me perguntar "Mas e cadê a Sacre Coeur? E o Moulin Rouge?". Sim, aí vocês me pegaram, porque é aquilo que eu disse lá no começo: Paris é muito grande e conhecê-la assim, num pá pum é ainda mais complicado!
Mas ainda eram 16hs e o dia ainda estava claro - btw, os dias aqui estão escurecendo 21hs, o que nos dá a falsa impressão de que ainda é "hora de criança brincar na rua".

Logo após esticamos o pé na Tour Eiffel - obviamente não resistimos, já que era do ladinho mesmo! e de lá seguimos para Montmartre, visitar a Sacre Coeur, a famosa Place du Tertre (aquela onde há artistas na rua mesmo que podem fazer o seu retrato impecavelmente em preto e branco e diversas pinturas mara!), o café da Amélie Poulain (Café des Deux Moulins), famoso por seu crème brûlé e por ter sido onde a personagem trabalhou como garçonete no filme, e finalmente o famoso Moulin Rouge.



Basilique Sacre Coeur

Place du Tertre


Café des Deux Moulins



Tudo isso em uma única jornada de 12 horas! Mas conseguimos e ainda chegamos no Café des Deux Moulins com um dinheiro para o doce famoso que acabou saindo por salgado - 6,5E a belezinha. Valeu pela experiência, não pelo doce ou pelo atendimento à la française.

Programa barato para visitar Paris, com direito à almoço tranquilinho e café no fim da tarde! Fica a dica.

E aí, acham que é suficiente?

(Desculpem pela falta de acentuação, mas estou escrevendo de um teclado que não ajuda muito! No teclado francês algumas letras já até vêm acentuadas... c'est la vie! Um dia eu aprendo!).
Para tomar nota:
Place Saint Michel: 2, Boulevard Saint Michel 75006 Paris
Cafe Brasserie Le Duquesne: 25, Avenue Duquesne 75007 Paris +33 (0)1 47 05 19 39
Café des Deux Moulins: 15, Rue Lepic 75018 Paris +33 (0)1 42 54 90 50

terça-feira, 3 de abril de 2012

So typical... Peças chave do estilo da parisiense

Bom dia meus queridos!
Pois é, primeiro post sobre moda e já vamos começar falando sobre a moda parisiense, ícone mundial de estilo para  fashion lovers or not fashion lovers. É fato.

Paris sempre foi referência no quesito moda e o circuito Paris Fashion Week é um dos 4 principais circuitos de moda mundial, juntamente com New York Fashion Week, Milan Fashion Week e London Fashion Week.
Esse vínculo com o estilo começou a muito tempo, com um impecável know-how de marcas icônicas da alta-costura parisiense, como Chanel, Christian Dior, Yves Saint Laurent, Givenchy (...) e que perdura até hoje nas vitrines dos principais destinos dos fashion lovers.

Mas digamos que apesar de toda essa pompa e diversidade da moda francesa, há uma certa uniformidade em peças chave no guarda-roupa feminino por aqui. E eis que temos a lista "So Typical" das principais peças usadas em Paris:

1. Trench-coat: a peça já remete à imagem parisiense sem nenhum esforço. Isso porque sua história está intimamente ligada às guerras mundiais, e a peça marcou presença nos uniformes de oficiais ingleses e franceses, entrando para o vestuário popular após os anos 50. O primeiro desenho do trench-coat veio da Burberry, em 1914, encomendado para que os exércitos pudessem estar mais bem preparados às situações adversas de clima e temperatura durante as batalhas.
História à parte, um bom trench-coat é uma peça chave por aqui, pois se adapta como uma luva ao clima instável de Paris. Não conheço uma francesa que não tenha ao menos um no armário e por isso mesmo, é bem comum observar um desfile de cores e tecidos do casaqueto pelas ruas da cidade.

Alexa Chung com seu trench Burberry em Paris


2. Calça de alfaiataria: é um verdadeiro coringa. Usar para o trabalho ou até com um look mais casual, o item está sempre presente no guarda-roupa parisiense. Além de dar um tom de elegância ao look, a versatilidade é o poder maior e tem uma gama de cores bem variada, dependendo da estação do ano.




3. Vestidos mais leves e esvoaçantes: para quem adora colocar um vestido, mesmo que esteja aquele tempinho feio, frio, Paris é o paraíso. Vestidos são usados em qualquer estação do ano, faça frio ou faça sol, e suas versões esvoaçantes fazem parte da graciosidade dos looks mais descolados. Dica: uma meia-calça para o outono/inverno é indispensável e confere um charme a mais na produção - e também são muito típicas aqui, podendo ser encontradas à venda em supermercados e até naquela farmácia da esquina.



4. Lenços: mesmo com uma primavera cheia de sol e um clima agradável, os lenços fazem parte dos looks franceses. Com uma enorme variação de usos, é um item versátil e que dá um up mesmo para aqueles dias de preguiça na hora de escolher o que vestir.
Há versões para todos os bolsos e eu mesma já achei uma loja super interessante com preços muito acessíveis no Metrô Opéra (linhas 7, 8 e 11). Não tem como errar, é exatamente em frente à uma boulangerie chamada Paul e exatamente ao lado da saída principal dessa estação, que dá acesso à Opéra Garnier de Paris. A loja não tem site, mas vale à pena conferir os lenços em seda por 15E.



5. Blazer ajustado: também um item presente em todas as coleções de diferentes marcas, é uma peça que, assim como a calça de alfaiataria, dá um toque elegante, mas que nesse caso ainda pode ser usado com looks nada formais, como por exemplo, com um short jeans.
Peça chave, sem dúvida.



6. Sliper: com um sistema de transporte público de grande alcance na área parisiense, ir para o trabalho com um sapato confortável é mais do que necessário. Ninguém consegue manter o salto no sobe e desce de escadas que é o metrô na cidade e por isso mesmo, esse item também está na nossa lista "So typical".
O sliper já virou febre no mundo todo e por aqui não pode ser diferente. Pode-se encontrar um bom sapato como esse em lojas de grande público como H&M, C&A e ainda Zara, Mango... Confortáveis e com um toque feminino, as opções são tantas que dá para perder uma boa hora na decisão de qual(is) levar.

Esse sliper com gliter é uma dica para quem acompanha o Le Pintemps aí do Brasil - faz parte da nova coleção da Schutz e é um must have do momento também aqui na França.

Sliper com gliter da H&M, com preço que cabe no bolso. Destaque aos detalhes da estampa de oncinha em preto - 29,90E.

Gostaram? Peças simples que fazem A diferença no guarda-roupa francês. Fica a dica!


segunda-feira, 2 de abril de 2012

O melhor croissant de Paris

Bom dia pessoal!
Aqui mais um dia de primavera amanheceu com aquele sol de piquenique e como acordei inspirada, resolvi fazer um post sobre o pão mais tradicional da França: o croissant! Se enganou aquele que achou que era o pão francês - e que aqui só recebe o nome de pão!

Olha aí esse malandro de sol, que só aparece durante a semana!

Vista do meu quarto, aqui no 16ème


Então, para começar, Paris é reconhecidamente a capital do croissant, certo? Em partes. A considerar pela criação desse pão amanteigado tão famoso, sua origem teve início na Áustria, em Viena no século XIII e chegou então à França com a abertura de uma padaria vienense em Paris, em 1837. A novidade logo serviu de inspiração para a concorrência e o resto já conseguimos imaginar. Há quem diga também que os croissants chegaram à Paris com a vinda da Rainha Maria Antonieta, austríaca e que então popularizou o consumo do pão na sua época. Por essas e outras, os pães do tipo amanteigado na França ainda são chamados de viennoiserie.

Aqui em Paris pode-se encontrar croissants para todos os bolsos, mas como é um pão tipicamente feito com uma boa base de manteiga (quase metade da massa é composta por manteiga), geralmente os preços são salgados. Não se encontra um croissant aqui por menos de 0,50E, e mesmo se você encontrar, será provavelmente daquele tipo desagradável, feito com manteiga de má qualidade e que grudará no seu céu da boca.

Pois bem, para aqueles que assim como eu é chegado nesses pães, dei uma bela pesquisada pelo croissant perfeito de Paris e segue abaixo uma lista de lugares onde você saborear as melhores receitas:

1. Dalloyau: é uma boulangerie bem típica de Paris, muito famosa pela sua tradição e para mim, é a campeã quando o assunto é croissant. Ele não vem em um tamanho que justifique o seu preço, mas o melhor croissant de Paris vale os seus 1,50E!
Tem várias boutiques Dalloyau espalhadas por Paris e se você está aqui a turistar, tem uma muito boa na Galerie Laffayette, no prédio Gourmet, ao lado da unidade principal - eu digo muito boa pois tem croissants à venda sempre, enquanto nas outras unidades eles esgotam logo após uma fornada.
Boutique Dalloyau próxima ao Jardin du Luxembourg

2. LeNôtre: com o nome do principal paisagista francês, que realizou os jardins do Palais de Versailles e o Jardin des Tuileries, aos pés do Louvre, essa pâtisserie encanta à primeira vista pela vitrine de doces e variedade de bolos, chocolates e derivados. Ao entrar, o bolso começa a querer esvaziar, pois a arte para a apresentação de cada elemento à venda é tamanha que fico com vontade de comprar tudo de uma vez.
Os croissants aqui são maiores, extremamente saborosos também - mas mantenho o meu veredito sobre a Dalloyau - e custam 1,50E.
Aqui vale a visita para conhecer todas as opções de gourmandises e aproveitar a viagem para conhecer também o pain au chocolat, outra viennoiserie famosa por aqui, mas que vem com gotas de chocolate.




Fachada da boutique LeNôtre da Rue d'Auteuil, 44 


A foto da vitrine está ruinzinha, mas não me batam (justo essa???)! Depois complemento o post com uma foto mais decente para que vejam do que estou falando!

3. Ladurée: a pâtisserie mais famosa do mundo por seus macarons inesquecíveis também tem uma parte dedicada à viennoiserie. E é maravilhosa! Além de serem muito saborosos, a visita vale só para conferir a decoração barroca da loja Ladurée principal, da Av. des Champs Elysées. O preço do croissant deve estar em torno do preço dos outros lugares - desculpem! Como não visito a boutique faz tempo, não me lembro de cabeça.


Interior da boutique Ladurée, na Avenue des Champs Elysées, 75

Esses três lugares são realmente imperdíveis e sempre recebo minhas visitas com um bom croissant fresquinho aqui. Faz parte do ritual francês e é realmente uma delícia.

Bom, fica a dica para os croissant lovers! Post curtinho para não entrarmos no mundo que são essas pâtisseries de Paris. Não ainda - sem ansiedade, pois chegarei na parte dos docinhos.

domingo, 1 de abril de 2012

Jardins de Paris

Primeiro post oficial!! Ai, que emoção! E esse é digno de um primeiro post, pois vou aproveitar que estávamos falando de primavera, ou Printemps - para quem quer saber o significado do título do blog - e contar pra vocês sobre o parque número 1 aqui de Paris, na minha opinião.
Digo número 1, pois sim, para mim ele é o mais bonito, mas também porque esse será o primeiro de muitos parques, ou jardins, dos quais vocês lerão à respeito aqui no Le Printemps.

O Jardin du Luxembourg, é um dos parques mais badalados de Paris por inúmeros motivos. Primeiro, e muito importante, sua localização: fica no 6ème arrondissement parisiense - para quem não sabe o que significa, segue abaixo imagem dos bairros de Paris - e por isso mesmo, em região central, próximo a pontos turísticos imponentes como o Panthéon e a Cathédrale Notre Dame de Paris e em uma das avenidas mais movimentadas da cidade. Dessa forma, além de encontrar muitos franceses deitados na grama em um dia de sol ou fazendo um piquenique com a família nos finais de semana, você certamente encontrará muitos turistas.


Segundo: é o maior parque aberto ao público de Paris, o que acaba tornando-o ainda mais agradável, pois em dias de sol, cada cantinho de grama é disputado na cidade. São 224mil m2 de muita beleza e tranquilidade e um plus de que dentro desse parque ainda há o Palais de Luxemburg, sede do Senado Francês e detentor de um museu de grande porte, o Musée du Luxembourg, que tem uma coleção de pinturas de Rubens e mais cerca de 100 obras da Coleção Real Francesa.

Terceiro: seus canteiros de flores são de tirar o fôlego. Com diversos tipos de flores milimetricamente arranjadas - ou mescladas daquele jeito bagunçado-francês-maravilhoso - o Jardin du Luxembourg se torna uma vitrine de espécies e cores. As fontes também estão presentes em peso, incluindo a famosa Fonte e Médicis, construída em 1624 e que atrai muitos turistas ao parque.



Quarto: assim como em outros parques franceses, o Jardin du Luxembourg tem dezenas de cadeiras e espreguiçadeiras permanentes, espalhadas pelo ele. São reais facilitadoras da vida, pois devido à localização central e grande quantidade de frequentadores, há aqueles que preferem não se sentar na grama, - por não conseguirem agachar, como é o caso de muitas senhoras e senhores, ou ainda simplesmente não se sujar, amassar, etc - e então essas cadeiras ganham utilidade mil.

Quinto e último: por toda a extensão do parque, há diversas esculturas ao ar livre, às quais somadas com a paisagem de flores coloridas se tornam ainda mais interessantes e fotogênicas.

Fica a dica para quem vier a Paris e estiver passando pela região central!
Um passeio rápido e que com certeza será um bom paraíso para os fanáticos por fotografias.

Acesso: metrô Odéon (linha 4 ou 10) ou RER B, estação Luxembourg

Horário de funcionamento: varia de acordo com a duração do dia, chegando a estar aberto das 7:30h às 21:30h entre 16 e 30 de junho. Melhor verificar no site oficial, aba horaires d'ouverture.

Informações: http://www.senat.fr/visite/jardin/infos_pratiques.html

E não é que a primavera começou, minha gente?

Pois é, fim dos dias nublados, com aquele tom de cinza que dá vontade de não sair da cama!
Começamos a ver as árvores com as primeiras folhinhas - sim, no diminutivo porque ainda é cedo pra abusar das bichinhas querendo ver uma abundância e verde. E há um "quê" de diferente nessa primavera que me fez criar o blog: é a minha estação do ano favorita e cá entre nós mesmo, estou debutando nessa brincadeira de 4 saisons bem marcantes.

Pra quem não sabe, estou em Paris desde o fim do verão passado, estudando, passeando e conhecendo essa cultura que atrai tantos amantes de arte, moda, culinária, bons vinhos e queijos. E como todo bom ano europeu, fim de verão já significa resgatar as blusas e casacos mais pesados do armário, ver a cidade se tornar um festival de luvas e cachecóis e pouco a pouco abdicar do piquenique e boas caminhadas pela Cidade Luz.
Está aí então a minha felicidade em começar a ver as primeiras folhinhas brotando em tudo que é canto! Entenderam?

O objetivo do blog é compartilhar essa experiência francesa com vocês, seja citando lugares curiosos, gastronomia local, atualizações de moda, arte e exposições interessantes, para aqueles que, assim como eu, gostam de uma boa dica e tentam manter uma vida cultural e social em dia.

Bienvenues et profitez!